Baseado na transcrição da palestra “Introdução ao pensamento de Abraham Cohen de Herrera”, proferida no II SinaCripto, realizado na UFS entre 19 e 21/06/2017.
Y aunque nace tu alegría
viendo a tantos perecer,
sia a muchos lo hiciste ver,
también has de ver tu día.Si nuestro pecado obliga
a sufrir tanto rigor,
considera que el Señor,
si dissimula, castiga.Si parece que se olvida
de castigar su enemigo,
es sólo porque el castigo
há de ser más que em la vida.Si tu arrogancia te alaba
del mal de tantos, advierte,
que así comienza tu muerte
y al outro em ella se acaba.(João Pinto Delgado, A la salida de Lisboa, circa 1620).
a nau aportará um dia neste cais
vazio sempre mas jamais de passageiros
todos à espera desse algum por tudo incerto
tanto a partida qual também toda chegada
seja amsterdã quem sabe hamburgo ou mesmo o bósforoainda recife pode ser constantinopla
onde seremos por demais talvez em rhodes
faremos lá a nossa língua e outras folhagens(Moacir Amâncio, Matula, 2017, p.23).
Eu queria começar pedindo desculpas porque o título da minha conferência de hoje não diz o que vou fazer aqui. Eu não sabia muito bem o que ia fazer aqui. Só descobri hoje de manhã. E o título é um pouco vago, na verdade, mas o que eu vou fazer aqui é ainda mais vago do que o título.
Pra vocês entenderem um pouco de como a coisa funciona, a pesquisa. Como vocês puderam ouvir aqui na apresentação, o meu trabalho inicial é todo em torno do ceticismo antigo, notadamente a modalidade pirrônica, cujo principal representante é esse autor, Sexto Empírico, que é um médico do séc. II/III d.C. Escreveu uma vasta obra que sobreviveu, e ter sobrevivido é uma exceção para as obras da época. Escreveu em grego e uma das missões de quem trabalha com esse autor – assim eu vejo – é traduzir os textos dele. É o que venho fazendo desde 2011. A relevância disso é que não há textos desse autor traduzidos para o português, apesar de ele ser um dos filósofos mais influentes, cuja leitura é fundacional para aquilo que a gente chama em filosofia de “crise Moderna”, ou Filosofia Moderna, porque os principais autores Modernos que questionavam a tradição Medieval e tentavam estruturar uma nova forma de saber leram Sexto Empírico. Continue Lendo