(Volume 3) O Silêncio e sua Representação, por Renato Lessa

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Auschwitz, em sua máxima expressão – a do aniquilamento completo de suas vítimas -, pode ser imaginado como um experimento de vitória total do silêncio e como supressão definitiva das vozes humanas. O silêncio impõe-se, ao fim de tudo, em sua máxima compactação, precedido tão-somente da inutilidade e finitude dos sons humanos. Tal como um coro em desespero, as derradeiras vozes terminam por condensar-se no definitivo operador do silêncio – a morte – e nele se dissolvem.

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Cesar Kiraly

Professor de Estética e Teoria Política no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense.