Dezembro

História e Memória de João Goulart – Número 46 – 12/2011 – [182-186]

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Resenha de João Goulart: Uma Biografia, de Jorge Ferreira.

Após o golpe militar, uma versão dos fatos – e de João Goulart – se consolidou. Estrategicamente, os militares e seus aliados civis passaram a afirmar que tudo antes de 1964 era corrupção, demagogia, caos econômico e subversão da ordem. Mas não só João Goulart foi desqualificado. Concomitantemente, as esquerdas revolucionárias interpretaram o apoio dos trabalhadores e do movimento sindical a Jango como peleguismo, paternalismo ou inconsciência acerca de seus verdadeiros interesses. Assim como a memória política de Jango, as lutas operárias, camponesas e populares também foram varridas da história. Continue Lendo

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A Chave dos Profetas – Número 45 – 12/2011 – [178-181]

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O padre Antônio Vieira é um dos principais pensadores (senão o maior deles) que escreveram em língua portuguesa. Suas obras possuem imensa fortuna crítica. A própria grandeza de seu trabalho, no entanto, talvez contribua para um certo desconhecimento de seus textos por parte do público leitor da “flor do Lácio”. Isso se deve, acredito eu, mais ao volume de sua obra (incontáveis sermões e infinitas cartas) do que à distância temporal que nos separa do jesuíta. Continue Lendo

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Hume e a Verdade – Número 44 – 12/2011 – [171-177]

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“[E] apesar de todo o melancólico ceticismo, com o qual minha alma se debate, pressentimentos maravilhosos esgueiram-se dentro de mim”.

Heinrich Heine, Cartas de Helgoland, carta escrita no dia primeiro de Agosto.

Enfileiremos pensadores: Montaigne, Bayle, De Maistre, Burke. Dentre eles encontraria lugar, Hume. Mas qual seria o princípio de pertencimento, qual a semelhança de família? A prática da inovação formal – pelo tipo no verbete, pelo ensaio ou pela epístola – e da linguagem violenta. Não é simples medir a violência de um discurso, de alguma forma toda linguagem filosófica e política é violenta. Trata-se, nesse caso, de uma violência estética, decorrente da prática virtuosa do ressentimento moral. Para esses filósofos referidos, o mundo está ou devirá em perdição moral, salvo se for obrigado a suportar uma violência estética. Montaigne, Bayle e Hume, uma violência pictórica, presente na prática da descrição, seja pela paisagem, pelo retrato ou pelo abstrato. De Maistre e Burke, uma violência libertária, porque vinculada à autoridade. Na trinca, trata-se de se pintar paisagens, retratos ou quadros abstratos de crenças. Na dupla, a enunciação, que também é imagista, mas sem a mesma consciência dos céticos, concerne aos vislumbramento de uma humanidade carniceira. Esta, se vê obrigada, por reatividade, denunciadora de sua imoralidade, desde a enunciação, a se esforçar para não ver a carniçaria que se tornou a partir dos movimentos revolucionários. Por certo, o objeto acrescido pelo ressentimento pictórico, também é literário, mas o fato é que somos obrigados a ter paisagens de crenças distintas, retratos de sistemas filosóficos antagônicos e a admissibilidade da compreensão interna, inclusive, do dogma. Continue Lendo

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O Direito Constitucional como Ordem Política – Número 43 – 12/2011 – [166-170]

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Em 1967, Luiz Sanches Agesta publica o seu Curso de Derecho Internacional comparado, onde afirma que não há mais se avaliar os problemas políticos por seus discursos locais, porque “todas as nações estão compreendidas em uma mesma história universal e disso resulta que os problemas políticos adquiriram dimensão planetária”. Assim, para este autor, a história contemporânea e, portanto, o lugar atual do Direito, só podem ser compreendidos à luz do fato da unidade do mundo. Continue Lendo

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