– O prazer é a única coisa digna de uma teoria (…)
Lorde Henry (“O Retrato de Dorian Gray”)
Qual feitiço fez com que o retrato de Dorian Gray ganhasse vida (ou sequestrasse a vida de seu modelo)? Menos que tentar uma resposta plausível para essa pergunta, procurarei estabelecer uma leitura do livro que lide com esse enigma que não se esclarece e que anima a narrativa estabelecida por Oscar Wilde n’O Retrato de Dorian Gray. As aproximações a seguir poderão, neste sentido, servir a um estudo que busque comparar questões relativas à noção de “crise” no contexto da Alemanha e da Inglaterra da virada do século XIX para o XX, bem como as respostas relativas à reflexão estética e literária a esse contexto de abalo do espírito e da reflexão intelectual. A chave reflexiva a partir da qual operarei diz respeito a um exercício de definição de contrastes e analogias entre uma obra literária e alguns ensaios cujo conteúdo é estético, mas as consequências são sociológicas, filosóficas ou psicológicas, se desejarmos. Continue Lendo