Crônica

Murê – Número 84 – 12/2012 – [322-323]

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Murê era uma corruptela de “Samurai” (“Samura”, “Murai”, “Murê”). Ele recebeu esse apelido quando levou um tombo e abriu o queixo. Depois de umas semanas com os fios pretos dos pontos que pareciam uma barbicha rala, nosso colega muído e de  olhos puxados havia sido alçado à condição de samurai da turma. Murê, no início, não gostou de ser chamado desse jeito, sobretudo, porque o apelido lembrava o dia do acidente, no qual ele abriu o berreiro e, como se já não bastasse o dolorido do tombo, ainda ficou com fama de chorão. Nosso samurai era um chorão! Abusado como dizem que todo nanico é, Murê tratava logo de desembainhar carradas de xingamentos a quem o chamasse de Samura, Murai, Murê. Continue Lendo

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Elogio de uma Tarde Inútil – Número 72 – 09/2012 – [235-243]

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Ao contrário do que se diz por aí, o pessimismo não é atributo de gente que só fica feliz quando as coisas não vão bem. De jeito nenhum. Isso é mentira espalhada pelo adversário. Não é posição que se deva levar a sério, pela simples razão de que, na história das idéias, o otimismo jamais produziu um só pensador interessante. Quem pensa seriamente sobre o mundo não costuma sorrir feito bobo. O otimismo é a razão de biquíni, com um drinque de abacaxi na mão — o quinto —, em pleno gozo de suas férias. Seria bom se a vida fosse um domingo de sol no Taiti. Acontece que não é. Os pessimistas – melhor chamá-los de céticos – sabem disso. Nós, os botafoguenses, também. Continue Lendo

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